Consumo de produtos médico-hospitalares cresce 10% em junho, mas primeiro semestre acumula saldo negativo
Entre janeiro e junho de 2023, foram consumidos 1,7% a menos de produtos médico-hospitalares do que no mesmo período de 2022, de acordo com os dados do Boletim Econômico da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS). O segmento de “próteses e implantes – OPME” foi o único com resultado positivo, registrando um aumento de 5,4% nas vendas. Os setores de “materiais e equipamentos para a saúde” e “reagentes e analisadores para diagnóstico in vitro” apresentaram quedas de 1,2% e 1,6%, respectivamente.
Apesar do saldo negativo global, o mês de junho registrou um aumento significativo de 10,3% na utilização de dispositivos médicos, o que pode indicar uma recuperação no segundo semestre. O diretor executivo da ABIIS, José Márcio Cerqueira Gomes, analisou: “O cenário geral de sustentação do emprego formal, mesmo que em ritmo moderado de expansão, e o aumento no número de beneficiários de planos de saúde contribuíram para a reação no mercado de dispositivos médicos em junho.”
No período analisado, foram abertos 3.487 postos de trabalho, representando um aumento de 2,2% em comparação com os seis primeiros meses do ano anterior. Agora, o mercado conta com 164.929 trabalhadores.
As importações de dispositivos médicos totalizaram US$ 3,4 bilhões, registrando um crescimento de 1,5%, enquanto as exportações alcançaram US$ 365 milhões, uma queda de 7,1% em relação ao período anterior. No primeiro semestre, a balança comercial do setor ficou deficitária em US$ 3 bilhões, o que representa um aumento de 2,6%.
De acordo com o Boletim Econômico da ABIIS, entre janeiro e junho, foram realizadas 5,6 milhões de internações no Sistema Único de Saúde (SUS), o que representa uma queda de 7,4% em relação ao mesmo período de 2022. Houve uma redução de 12,3% nas hospitalizações para tratamentos clínicos, nenhuma internação relacionada à Covid-19 foi registrada, e as hospitalizações para “parto e nascimentos” tiveram uma queda de 15,5% no semestre, detalha Gomes.
As internações para cirurgias no SUS também diminuíram 1,4% no total, com 2,4 milhões de procedimentos realizados no primeiro semestre. Por outro lado, a realização de exames na atenção ambulatorial na rede pública cresceu 6,8% em comparação com os seis primeiros meses do ano passado, totalizando cerca de 577 milhões de exames. Destacam-se o aumento de 18,6% nos “diagnósticos por ressonância magnética” e 8% na realização de testes clínicos.
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